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O Nas Águas da Leitura - NAL articula leitura, produção de sentidos, memória, interações por meio de múltiplos sentidos e expressões, apresentando uma visão em quatro dimensões da leitura: o livro como objeto, como visão de mundo, como conhecimento e como possibilidade de interação. Tem seu final na exposição com os livros-objetos-de-arte. 

A coleção de Monteiro Lobato para crianças foi trabalhada a partir da frase conhecida de Lobato: “um país de leitores”, sendo assim, o projeto representa os retratos da produção de conhecimentos, assim como o descolamento da contextualização e os discursos que formam as narrativas do real, como bases à leitura de mundo. Nessa proposta, o objeto-livro é destacado com o que foi produzido para a formação das crianças do início do século XX e refletindo sobre os brasileiros de hoje, e com as novas intervenções, criar outros retratos de leituras possíveis.

O contexto de criação das intervenções em livros iniciado em 2017 podem ser vistos e compreendidos como totens de leitura, diferenciando o trabalho que vigora no mundo de esculturas em livros, como os de Su Blackwell. A interação com o conteúdo no Brasil se faz necessária e se completa com os sentidos e com o leitor. Se a interação com o leitor dos livros não se fez efetiva, a possibilidade de visualidade dos objetos-livros permite compor leituras que perpassam a ação de ler. Aproximando o trabalho de Artur Barrio, os elementos falam sobre a história do momento.

O projeto inicial teve na obra de Monteiro Lobato a facilidade de acesso, com as coleções presentes em muitas casas de diferentes classes sociais no Estado do Rio, muitas coleções presentes nas casas ou nas bibliotecas e sebos. Nessa segunda fase, como mote, outros livros fazem parte do acervo presente nas casas e bibliotecas públicas e muitos deles antigos e descartados já de seu conteúdo, de sua leitura.

 

A pergunta que instiga a coleção de Jorge Amado agora é: Por que esses livros? Quando foram publicados, por que e/ou como? Como podem fazer sentido hoje? Quais são as polêmicas que as obras do autor carregam? A partir dessas perguntas, elaborar as imagens que serão criadas: qual paisagem que da natureza, como leitor? Parte do projeto consiste na pesquisa pela cidade de Paraty, suas bibliotecas pessoais e públicas, acervos para possíveis recriações.

Proponho também a criação de novos totens-objetos-livros a partir da interação com a cidade de Paraty. A exposição das obras é destinada a todos os públicos, principalmente àqueles ligados a cadeia de produção, circulação e leitores de livros. Nos anos 2022 e 2023 a pesquisa está sobre as obras de Jorge Amado, não apenas pelas histórias sobre as obras do escritor que se relacionam com a cidade, mas também pelo contexto atual.

 

foto Guilherme Correa
Programação do CCJF
Convite CCJF

Nas Águas da Leitura de Jorge Amado - NAL JA

 

Após a pandemia ficou mais clara a necessidade de se ouvir outras vozes não autorizadas e de difícil circulação. O ambiente propício da internet pode veicular muitas falas, mas, enquanto leitores, fazemos o tempo inteiro a ressignificação do que lemos, negociando sentidos, revisitando memórias, buscando novas trajetórias.

 

O projeto teve início com a obra de Lobato, mas a busca pela continuidade de outras obras e outros sentidos se fazem urgentes a fim de marcar em forma de objeto arte, e ressignificar com o fazer artístico esse momento. Revisitar os livros escritos e publicados para além de sebos e bibliotecas, buscar obras que se deseja rever ou reformular, revisitar as ruínas dos sentidos que foram construídos até o momento.

 

  • Reflexão sobre a literatura nacional em relação aos temas polêmicos e aos contextos de produção e divulgação;

  • Reflexão sobre a crise da leitura, interpretação e compreensão nos tempos atuais – livrarias fechando, bibliotecas fechadas;

  • Leitura crítica: expressão de si mediante o ato de ouvir ou ler o outro;

  • Reflexão sobre direitos autorais e domínio público das obras literárias;

  • Ação reflexiva em prol da leitura sobre o contexto de produção da época das obras em relação ao atual;

  • Ação de troca e experiência do fazer artístico na oficina.

 

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